Adeus ao imortal Scliar

O blog Café com Vinagre se solidariza com a família de Moacyr Scliar, este homem que levou para os rincões do planeta suas obras literárias. Estas que mostram o cotidiano porto alegrense através de personagens únicos como Mayer Guinzburg, o Capitão Birobdjan de “O Exército de um Homem Só”, livro onde conta a história de um jovem sonhador que queria fundar uma sociedade socialista em Porto Alegre, na primeira metade do século XX. O Herói de um mundo novo era o reflexo do próprio escritor na juventude, que simpatizara com a ideologia. Escrito em 1973, o romance nos leva a navegar por capítulos recheado de conteúdo em diferentes épocas, sem dúvida uma leitura mais do que recomendável para quem não teve a oportunidade de conhecê-la.
No entanto, Scliar deixará uma lacuna na literatura e na imprensa no estado. Além de escritor e colunista do jornal Zero Hora, atuava como professor e médico, nunca deixando a literatura de lado.
Em 2003, assumiu a cadeira de número 31, da Academia Brasileira de Letras, onde recebeu apoio unânime dos outros imortais que o elegeram.
Hoje pela manhã, ouvindo o Programa Bom Dia (6h às 9h), da Radio Guaíba percebi a magnitude do significado Scliar contado por seus colegas.
Segundo o Jornalista e Colunista do Correio do Povo, Juremir Machado da Silva, o médico era um grande incentivador para que novos escritores fossem descobertos, nunca deixou que a vaidade tomasse conta do seu caráter.
Para o Colunista da Zero Hora, Paulo Santana, Scliar sempre tinha uma palavra amiga para com os colegas de redação. Em depoimento a Rádio Gaúcha neste domingo (27/2), Santana emocionou-se ao falar do amigo. “Ele sempre batia em minha porta na redação e comentava comigo sobre a coluna que escrevo diariamente na ZH. Vinha e elogiava os temas abordados sempre com humildade e carinho.” – destaca Santana.
Scliar é autor de outros livros como: A Guerra no Bom Fim (L&PM - 1972), O Centauro no Jardim (Companhia das Letras - 1980), Contos Reunidos (Companhia das Letras - 1995), A Mulher que Escreveu a Bíblia (Cia. das Letras - 1999), Saturno nos Trópicos (Companhia das Letras - 2003), Os Vendilhões do Templo (Companhia das Letras - 2006), Enigmas da Culpa (Objetiva - 2007), Manual da Paixão Solitária (Companhia das Letras - 2008), Eu Vos Abraço, Milhões (Companhia das Letras - 2010).
Fico por aqui meus amigos. Até qualquer hora!